A ANAB criada em abril de 1994, completará no próximo ano 3 lustros de existência. Estamos na quinta diretoria, com mandatos de 3 anos. Durante esse tempo tivemos como presidentes os co-irmãos Dácio Rossiter, João Vicente Torres, Romildo Andrade, de saudosa memória e Isaltino Bezerra, atual. Durante todos esses anos fizemos as nossas reuniões no BAC, no Clube Alemão, na ABB e finalmente nas dependências do Círculo Militar do Recife. De abril de 1994 até junho de 1996, vivemos os nossos sonhos de aposentados tranqüilos quanto ao nosso futuro e de nossas famílias, graças à cobertura que tínhamos da nossa Fundação Banorte, que nos garantia a estabilidade financeira.
A partir de junho de 1996, quando foi solicitada à SPC, Secretaria de Previdência Complementar, a intervenção em nossa Fundação, iniciou-se o período sombrio que pairou sobre a BFS; foram 10 anos de muita expectativa, de muita angústia e quase desesperança . Finalmente, em 29 de setembro de 2006, a intervenção foi suspensa e passamos a ter o período de estabilidade de que desfrutamos hoje, apesar das renúncias que tivemos de fazer.
Registramos nesta oportunidade os desafios que nos foram impostos, a garra das nossas diretorias executivas na defesa dos nossos direitos. Gastamos muita tinta e papel através do nosso informativo, através do qual manifestamos as nossas inquietações e a esperança de solução para a então situação que vivíamos.
Esta nossa rápida retrospectiva é uma introdução para os comentários que faremos a seguir. Destacamos o nosso comportamento nas três fases que vivemos, inclusive a atual. Nas duas primeiras, ou seja, antes e depois da intervenção, tivemos comportamentos diversos. Na primeira vivemos o sonho que nos era oferecido a partir da data das nossas aposentadorias; na segunda, os sonhos passaram a representar pesadelos. Na terceira fase, a que vivemos no momento, esses pesadelos se transformaram em sonhos castrados, conforme registrado no introdutório desta crônica.
Sobre tudo isso que falamos, vamos nos restringir ao momento atual vivido pela ANAB. Somos 338 associados contribuintes. Desses, 187 residem na Região Metropolitana de Recife. Nos tempos conturbados tínhamos uma freqüência media de 50 associados, 26% (aposentados e pensionistas) às nossas reuniões, atraídos pelo desenrolar dos acontecimentos que envolviam a nossa Fundação. Após 29 de setembro de 2006, o comparecimento às nossas reuniões tem diminuído consideravelmente, com prejuízo acentuado para a nossa convivência tão necessária para a união e congraçamento das pessoas. A nossa última reunião, no mês de março último, teve o comparecimento de menos de 25 associados, 11% dos residentes na RMR. Após a abertura dos trabalhos foi lida a lista de aniversariantes do mês e servido o almoço e nada mais aconteceu ou mereceu ser notícia. Passados 18 meses desde a suspensão da intervenção na Fundação, ainda não aprendemos a mudar o foco das nossas confraternizações mensais. A impressão que temos é a de que as nossas reuniões nunca tiveram o objetivo de juntar as pessoas para um congraçamento.
Muito a contragosto vamos levantar algumas questões que precisam ser valorizadas entre nós. Por exemplo: na diretoria executiva da ANAB temos uma diretoria de benefícios, inoperante em todos os sentidos. De um modo geral, ignoramos as situações melindrosas de saúde porque passam alguns dos nossos associados, assistidos por hospital residência em suas próprias casas, já por alguns anos, (os casos de Geraldo Guedes e Marcelo Martins) ou internados em clínica de repouso, e mais os que não têm condições de locomoção pelas precárias condições de saúde em que estão vivendo (cito os casos de Ivanildo Souto e Arnaldo Machado de que tenho conhecimento). Bem que a ANAB poderia patrocinar visitas a esses associados, utilizando-se do critério de convivência que alguns associados tiveram com essas pessoas no ambiente de trabalho. É uma sugestão que poderia ser coordenada pela Diretoria de benefícios da ANAB. A única vez que uma visita dessas foi feita, já faz alguns anos, foi quando, por iniciativa de Arlete, então Diretora de Benefícios, acompanhada de Ilza e deste colunista, visitamos a nossa ex-colega Doracy em sua residência na Várzea, numa situação em que não mais se locomovia. Não temos notícia de outra atitude semelhante com patrocínio da ANAB. Perguntamos, onde reside o nosso espírito de solidariedade? Acreditamos que uma visita a colegas em situação de enfermidade ou impossibilidade de locomoção vale mais pelo conforto que se leva a essas pessoas do que pelo mérito de quem as visita que também não é pequeno.
Para movimentar o grupo sugerimos, por exemplo, que a ANAB instituísse um concurso literário, por exemplo. Os três primeiros lugares seriam premiados conforme regulamento que se estabelecesse e o primeiro colocado, por acréscimo, teria o trabalho publicado no Jornal ANAB. Isso seria muito bom porque seria um instrumento de integração com os aposentados residentes fora da Região Metropolitana do Recife, o que não existiu até hoje.
Uma outra atitude que a ANAB poderia tomar é a de mensalmente, através de e-mail (aposentadosbanorte@grupos.com.br) ou de correspondência impressa, cumprimentar os seus associados contribuintes com uma mensagem de aniversário. Se temos os dados, porque não fazer? Quem é que não fica satisfeito ao receber uma mensagem por ocasião do seu aniversário? Seria mais um elo de integração. Afinal os associados fazem a sua contribuição mensal à ANAB e a única contrapartida que lhes é dirigida são as poucas edições do nosso Informativo. Onde está a nossa integração com esses associados?
Esperamos que desses comentários possam surgir algumas iniciativas construtivas que tenham como finalidade a integração do nosso grupo no contexto atual, paralelamente ao nosso vínculo com a Fundação Banorte. A nossa intenção é fazer com que saiamos da mesmice das nossas reuniões mensais, partindo para iniciativas concretas que possam proporcionar aos associados o início de uma fase de integração efetiva. Aliás, antes da suspensão da intervenção falou-se em transformar a ANAB numa entidade com outro perfil, assunto que não mais foi lembrado.
No fundo, no fundo, tememos pela continuidade da existência da nossa ANAB, se alguma iniciativa não for tomada a curto prazo.