O número 80, na língua francesa é quatre vingt, ou seja, quatro vinte, traduzido ao pé da letra; entre nós, o quinto enta. Por analogia, isto nos remete a quatro períodos da vida, assim dispostos: nos primeiros vinte anos, somos formados como cidadãos; trata-se dos primeiros passos nossos na sociedade, quando iniciamos propriamente o nosso ingresso na vida adulta. Daí até os 40 anos, as grandes responsabilidades se nos apresentam como os desafios que iremos enfrentar neste período tão importante do nosso existir. Nele é que serão estruturadas e consolidadas as estruturas da nossa vida profissional e familiar; nele é que definiremos as linhas gerais do nosso futuro. Este período é tão importante quão valioso. A vintena que se segue, muito embora se diga que a vida começa aos quarenta, os nossos sonhos, os nossos projetos, as nossas realizações, em todos os aspectos da vida, deverão estar no caminho do seu desfecho. Não é a toa que deveremos ter lutado para esse final feliz. Na quarta etapa, ou seja, dos 60 aos 80 anos, estaremos vivendo a época da colheita; família resolvida, gozo de aposentadoria, convivência com os netos, lazer integral, atividades físicas programadas, enfim, o descanso merecido. Daí para os 90, voltemos à forma numérica francesa, quatre vingt dix, como se esses dez anos seguintes o criador nos concedesse de lambuge. E há até quem vá mais longe. Deus é quem sabe.
