sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

ALCUNHA



É comum em pequenas cidades do interior e seus distritos municipais, as pessoas serem conhecidas por alcunhas (denominação ou qualificativo, por vezes depreciativo, que se usa em lugar do nome próprio de alguém, ou em acréscimo deste) e não pelo próprio nome. Por exemplo: Mané sacristão, Zefa da tapioca,  Joãozinho da venda, Zeca pitomba, Dedé da pedreira e por aí vai. Aconteceu que em certa encruzilhada rural morava um sujeito de nome Severino, conhecido como Biu, tendo à frente de sua casa um belo coqueiro, por sinal uma árvore rara naquelas paragens. O dito cujo era então conhecido como Biu do coqueiro, e sua casa era um ponto de referência para quem procurava alguém na localidade. O Biu, entretanto, não gostava da alcunha de Biu do coqueiro. Resolveu derrubar o coqueiro, mas deixou um bom pedaço fora do chão que até servia de assento aos passantes. A partir daí ele passou a ser conhecido como Biu do toco. Novamente incomodado com a nova alcunha, arrancou o que havia restado do coqueiro, e ficou lá o buraco. Daí em diante, passaram a chamá-lo de Biu do buraco, o que irritou ainda mais o nosso Biu. Foi aí que a coisa se complicou, porque ao mandar tapar o buraco, passou a ser conhecido como Seu Biu do buraco tapado. É assim que as coisas acontecem no interior, muito embora essas alcunhas, de um modo geral, não sejam pejorativas, mas apenas jocosas. Pra finalizar, você se lembra dos apelidos ou alcunhas que marcaram sua passagem nos diversos ambientes  pelos quais passou ? Cuidado quando se encontrar com ex-colegas de colégio ou faculdade, eles certamente não os esqueceram. 

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