terça-feira, 18 de maio de 2004

INQUIETAÇÃO JUSTIFICADA




Cícero, o grande tribuno romano, certa vez, não suportando as querelas de determinado senador romano, assim falou: “Até quando ó Catilina, abusarás da nossa paciência”. Por certo que muitos de nós, intimamente, têm raciocinado assim. E não é sem razão. É muito desagradável ser surpreendido com o esperado. Não parece uma afirmação lógica, mas é. Todos estão á espera da carta decorrente da auditoria de benefícios. Até aí, tudo bem. Só que, ao recebê-la tomam um susto, ao verificarem o seu conteúdo. Nenhum de nós assistidos da Fundação Banorte contribuiu para o que nos é informado. Não cometemos dolo; não praticamos fraude; não fizemos declaração falsa. Não pedimos, não exigimos, não influenciamos em nada para que as nossas aposentadorias fossem concedidas e homologadas pela Fundação em desacordo com Lei, estatuto, Regulamento ou qualquer outra coisa, como agora nos é informado, isso depois de cinco, dez, quinze ou mais anos. Não tínhamos a menor condição de discordar daquilo que nos era apresentado como o correto. Está aí o estrago. Estamos sendo indiciados em processo administrativo como réus, quando na verdade somos vítimas. Vítimas mesmo, inclusive ameaçados com devoluções de quantias inimagináveis diante do patrimônio de cada um. Benefícios penalizados com reduções e ainda por cima tendo que pagar as tais devoluções. Em linguagem bem clara, benefícios reduzidos duplamente. Temos uma correção de 6,65% que nos é devida desde novembro de 2000; não foi paga até hoje nem nos foi dito oficialmente a justificativa para essa negativa. Ora vejam só: faz 6 anos que os nossos benefícios não são corrigidos, o que significa uma perda de, aproximadamente, 50% no bolso de cada um de nós. E agora, como presente de fim de ano, reduções e devoluções nas nossas rendas de aposentadoria. O que é que fizemos para merecer tudo isso ? Será que o nosso pecado foi acreditar ? É o que deduzimos, infelizmente, e que tem gerado tanta inquietação. Tomamos um belo chute no traseiro. Essa é que é a verdade. Conclusão: o abuso não é contra a nossa paciência, é contra a nossa dignidade e o bem-estar das nossas famílias.

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