quarta-feira, 25 de maio de 2005

PROVOCAÇÃO



A cada dia que passa a situação do aposentado no Brasil vai se tornando caótica. No dia 24 de janeiro se comemora o dia do aposentado. O governo e os políticos fazem a maior celeuma em torno do salário mínimo; e nessa ocasião fazem de tudo para deixarem de fora os aposentados. É isso aí, todas as vezes que o assunto salário mínimo vem à tona, lembram-se dos aposentados. Só que esta lembrança não é para nos beneficiar, mas para nos alijarem do processo de correção dos benefícios. Bem que aquele dia dos aposentados poderia ser chamado de “ dia do pires “. Sugiro até que o pires seja o nosso símbolo. Coitado do pires! Vejam que coincidência; o pires só é lembrado quando se precisa  da xícara, já pensaram nisso! Portanto, pires sem xícara não é ninguém. Pires sem xícara não existe. É triste; não é à-toa que já fomos chamados de vagabundos. Pois é assim que somos tratados. No caso da nossa Fundação, estamos chegando à conclusão de que também não adianta andar de pires na mão; já faz nove anos que mendigamos os nossos direitos, e nada. Os nossos interlocutores são surdos e cegos por conveniência. É o velho ditado: a razão do mais forte é sempre a melhor. Mesmo tratando-se de uma assertiva falsa, na verdade é assim que as coisas acontecem. Desculpem-me a irreverência, mas existe um outro utensílio doméstico em desuso, muito parecido com a xícara, conhecido pelo nome exótico de  bispote que, pensando bem, poderia substituir o pires. Deixaríamos de ser representados pelo ignorado pires para termos como símbolo o que no passado foi muito útil; isso porque de fato estamos condenados ao criado mudo digital que não precisa ser descartado nas primeiras horas da manhã. Você pode até dizer: não é bem assim! Diga-me então em que levamos vantagem nestes 9 anos de intervenção em nossa Fundação ?  Será que vamos ter de passar o resto da vida como gandulas de pelada de lixão? Ignorados ou tratados como babacas? Temos dois ouvidos e uma boca; segundo o provérbio é para ouvir muito e falar pouco. Só que no nosso caso já praticamos isso em demasia e agora precisamos inverter essa lógica. Vamos gritar, vamos espernear, vamos incomodar, vamos exigir nossos direitos. Saia da sua toca. Dê um murro na mesa; apareça e grite. ( Aqui uma pausa para aplaudir e parabenizar a ANAB pela iniciativa de cobrar da Fundação a correção dos nossos benefícios.) Ou agiremos assim, ou vamos morrer todos tendo a certeza de que nem para o último que sucumbir será enviada uma coroa de flores. Percebem a razão disso? É porque somos vítimas de burocratas rotativos e da insensibilidade daqueles que têm a responsabilidade  moral e financeira sobre os nossos destinos e teimam em usar de subterfúgios protelatórios no judiciário e em outras instâncias em detrimento da nossa qualidade de vida, que se deteriora a cada dia a olhos vistos, com benefícios defasados e vacilantes perspectivas de solução. Pessimista! Não. Sou realista; pessimista é quem se acomoda e descansa no travesseiro da desesperança. É duro reconhecer a situação, mas é a verdade. 

quarta-feira, 11 de maio de 2005

IMPROVISO E VERBORRÉIA




Falar de improviso exige das pessoas uma segurança fora do comum sobre o domínio daquilo sobre que fala e principalmente sobre as conseqüências e repercussão daquilo que é dito. É um  hábito pouco recomendável porque nem sempre a auto-censura funciona em tempo hábil.Também é importante distinguir o que é improviso do que é falar com preparação remota, aquela adquirida por meios acadêmicos ou sólidas experiências de vida, e próxima, quando da elaboração preparatória de suas falas,  como fazem os advogados, conferencistas e pregadores, por exemplo,  que são especialistas nos assuntos por eles abordados. O improviso é um produto intelectual inspirado na própria ocasião e feito de repente, sem preparo. A impropriedade e a inoportunidade acompanhadas do uso de termos inadequados são os dois  grandes inimigos desse tipo de oratória. Aventurar-se por este caminho, como se diz na gíria, é pagar micos e muitos, além do mal que se  pode causar. Esse gosto pelo hábito de improvisar é próprio de pessoas triunfalistas que se sentem auto suficientes e minimizam a inteligência dos seus ouvintes e  das pessoas com quem convivem ou de quem são líderes por razões aleatórias e nem sempre meritórias. Não adianta a verbosidade vazia de conteúdo e cheia de arroubos, isso é verborréia; arranca aplausos mas complica a convivência com o público alvo, quando não remete ao ridículo. Trata-se de um hábito largamente utilizado por políticos de formação populista e de líderes sindicais, que agrada a muitos e que prejudica, quando não ofende, a outros tantos. Basta ver no besteirol político quantas pérolas são ditas quase que diariamente, como se os nossos ouvidos fossem bispotes sempre abertos a esse tipo de material .

terça-feira, 10 de maio de 2005

O SINO E A MATRACA



O nosso jornal ANAB é uma tribuna livre. Não é faccioso nem privilegia nenhum dos participantes da Fundação; esforça-se para ser um multiplicador das notícias de interesse geral. Se algum dos nossos tem ponto de vista diferente de alguma matéria publicada,  além de fazer uma corrente telefônica ou de e-mails para externar a sua discordância, manifeste-se também através do nosso jornal que carece da colaboração e da opinião dos seus leitores. Temos uma tribuna onde podemos manifestar o nosso agrado ou desagrado com o que ocorre dentro do nosso grupo, mas não a utilizamos, privando a grande maioria dos nossos colegas de tomar conhecimento e participar da discussão de assuntos que, por certo interessaria a todo o grupo. A discussão fechada é discriminatória porque não atinge  a maioria dos nossos colegas, com o que não  se pode concordar. É evidente que o alcance do sino é maior do que o da matraca (Instrumento de percussão, formado por tabuinhas movediças, ou argolas de ferro, que, ao serem agitadas, percutem a prancheta em que se acham presas e produzem uma série rápida de estalos secos, utilizado nas igrejas, durante a semana santa). É uma pena que isso aconteça porque a divulgação de opiniões, por mais divergentes que sejam concorre para uma melhor compreensão dos nossos problemas. Desde as primeiras edições e ao longo da existência deste nosso jornal, insistimos inúmeras vezes para que os colegas mandassem suas colaborações para publicação. Para falar a verdade, durante todo esse tempo, raríssimos foram os casos de colaboração. Quem nos tem acompanhado nestes sete anos de existência, sabe bem disso. É de conhecimento geral  e notório que estamos vivendo um momento de grande inquietação. Agora, mais do que nunca, faz-se necessário que idéias e opiniões sejam  explicitadas para que se encontre o caminho a seguir nesta encruzilhada em que nos encontramos.

sexta-feira, 6 de maio de 2005

O CUBO E O VERDE



Sabe aquele brinquedo do cubo, que você gira, gira . . . para que todos os lados fiquem da mesma cor? É preciso muita paciência para resolver o quebra-cabeças, não é verdade ? Tenho um desses brinquedos junto ao teclado do meu computador. Sabe por que ? É que às vezes paro algum trabalho a que me dedico e fico imaginando como essa diversão se parece com o que vivemos na Fundação Banorte. Veja se não é isso. De repente alguma luz é acesa e parece que foi encontrada a chave do enigma; como no brinquedo, estão faltando duas ou três quadrículas para a cor se completar mas, que decepção ao olharmos para os lados do cubo e verificarmos que um grande problema está à nossa espera; aqueles quadrinhos faltantes estão em posições quase impossíveis de completarem o nosso quebra-cabeças. É aí que vejo a semelhança com o nosso problema. Volta e meia uma solução é vislumbrada e logo aparecem os entraves das mais diversas ordens. Não sou daqueles que acreditam em caveira de burro e outras superstições mas, vamos e venhamos, são quase dez anos de tortura. Tortura mesmo e psicológica. Tem nego por aí que já está vendo fantasma. É isso mesmo; problema com a mensalidade do plano de saúde, com o sustento da casa, com a imagem desgastada dentro da família, endividado, já não consegue pagar a conta do telefone etc. etc. as despesas crescem de valor, a renda mensal é corroída  pela inflação e a falta de correção dos benefícios deixa a todos no mato sem cachorro. E a essa altura, meus prezados colegas, a assertiva de que quem não tem cão caça com gato não passa de uma ironia sem graça. No meu cubo faltam duas quadrículas para completar a cor verde. Dá para perceber porque escolhi a cor verde como ponto de partida, não dá?  É a cor da  esperança, é claro, aquela que é a última que morre ! O pior é que, analisando bem os termos do provérbio, ela pode morrer. Vamos acreditar no melhor e, apesar dos percalços, regar a nossa plantinha da esperança para que um dia ela seja o símbolo do nosso triunfo.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

FALOU E DISSE




Na última confraternização mensal da ANAB, dia 16 de fevereiro, ao comparecer àquele evento, o atual interventor da Fundação, o Dr. Nelson......... se definiu como servidor. De há muito necessitávamos ouvir esse tipo de discurso, para que fosse apagada das nossas cabeças a idéia de um interventor voltado para ações e intervenções não adequadas às circunstâncias em que vive a nossa Fundação e sim de um  servidor que, como preconiza a legislação, viesse defender os interesses dos participantes da nossa entidade de previdência complementar, a Fundação Banorte, como bem lembrou o Dr. Nelson. Não interessa se é a tal luz no fim do túnel ou se é o farol no topo da montanha; o que necessitamos realmente é que se iluminem as mentes das pessoas que são postas ao nosso serviço e seja traçado o rumo certo para que as nossas incertezas se mudem em atitudes firmes, decisões justas e concretização das nossas esperanças, para que o que nos é devido seja colocado ao nosso dispor e assim a partilha a que temos direito se concretize através da correção dos nossos benefícios. Agradou-nos sobremodo a disposição do  Senhor Interventor  de atuar junto ao poder judiciário para que as nossas ações sejam julgadas. E isto é o mínimo que esperamos dos tribunais nos quais as nossas demandas estão em andamento. Já são nove anos que estamos sentados à beira do caminho e até hoje só vimos a banda passar, cada vez com música e  maestro diferentes. Na aludida fala do atual interventor vislumbramos um aceno de boa vontade para com os nossos problemas e depositamos nele a confiança e o nosso apoio, na certeza de que o que ouvimos reflete a disposição de quem veio para servir, realmente. Quanto ao Senhor Interventor, pode ficar certo de que a nossa tribo deposita nele toda a confiança no seu trabalho. 

domingo, 2 de janeiro de 2005

PROVOCAÇÃO



A cada dia que passa a situação do aposentado no Brasil vai se tornando caótica. No dia 24 de janeiro se comemora o dia do aposentado. O governo e os políticos fazem a maior celeuma em torno do salário mínimo; e nessa ocasião fazem de tudo para deixarem de fora os aposentados. É isso aí, todas as vezes que o assunto salário mínimo vem à tona, lembram-se dos aposentados. Só que esta lembrança não é para nos beneficiar, mas para nos alijarem do processo de correção dos benefícios. Bem que aquele dia dos aposentados poderia ser chamado de “ dia do pires “. Sugiro até que o pires seja o nosso símbolo. Coitado do pires! Vejam que coincidência; o pires só é lembrado quando se precisa  da xícara, já pensaram nisso! Portanto, pires sem xícara não é ninguém. Pires sem xícara não existe. É triste; não é à-toa que já fomos chamados de vagabundos. Pois é assim que somos tratados. No caso da nossa Fundação, estamos chegando à conclusão de que também não adianta andar de pires na mão; já faz nove anos que mendigamos os nossos direitos, e nada. Os nossos interlocutores são surdos e cegos por conveniência. É o velho ditado: a razão do mais forte é sempre a melhor. Mesmo tratando-se de uma assertiva falsa, na verdade é assim que as coisas acontecem. Desculpem-me a irreverência, mas existe um outro utensílio doméstico em desuso, muito parecido com a xícara, conhecido pelo nome exótico de  bispote que, pensando bem, poderia substituir o pires. Deixaríamos de ser representados pelo ignorado pires para termos como símbolo o que no passado foi muito útil; isso porque de fato estamos condenados ao criado mudo digital que não precisa ser descartado nas primeiras horas da manhã. Você pode até dizer: não é bem assim! Diga-me então em que levamos vantagem nestes 9 anos de intervenção em nossa Fundação ?  Será que vamos ter de passar o resto da vida como gandulas de pelada de lixão? Ignorados ou tratados como babacas? Temos dois ouvidos e uma boca; segundo o provérbio é para ouvir muito e falar pouco. Só que no nosso caso já praticamos isso em demasia e agora precisamos inverter essa lógica. Vamos gritar, vamos espernear, vamos incomodar, vamos exigir nossos direitos. Saia da sua toca. Dê um murro na mesa; apareça e grite. ( Aqui uma pausa para aplaudir e parabenizar a ANAB pela iniciativa de cobrar da Fundação a correção dos nossos benefícios.) Ou agiremos assim, ou vamos morrer todos tendo a certeza de que nem para o último que sucumbir será enviada uma coroa de flores. Percebem a razão disso? É porque somos vítimas de burocratas rotativos e da insensibilidade daqueles que têm a responsabilidade  moral e financeira sobre os nossos destinos e teimam em usar de subterfúgios protelatórios no judiciário e em outras instâncias em detrimento da nossa qualidade de vida, que se deteriora a cada dia a olhos vistos, com benefícios defasados e vacilantes perspectivas de solução. Pessimista! Não. Sou realista; pessimista é quem se acomoda e descansa no travesseiro da desesperança. É duro reconhecer a situação, mas é a verdade. 
Que 2005 seja um ano de decisões positivas!