quarta-feira, 11 de maio de 2005

IMPROVISO E VERBORRÉIA




Falar de improviso exige das pessoas uma segurança fora do comum sobre o domínio daquilo sobre que fala e principalmente sobre as conseqüências e repercussão daquilo que é dito. É um  hábito pouco recomendável porque nem sempre a auto-censura funciona em tempo hábil.Também é importante distinguir o que é improviso do que é falar com preparação remota, aquela adquirida por meios acadêmicos ou sólidas experiências de vida, e próxima, quando da elaboração preparatória de suas falas,  como fazem os advogados, conferencistas e pregadores, por exemplo,  que são especialistas nos assuntos por eles abordados. O improviso é um produto intelectual inspirado na própria ocasião e feito de repente, sem preparo. A impropriedade e a inoportunidade acompanhadas do uso de termos inadequados são os dois  grandes inimigos desse tipo de oratória. Aventurar-se por este caminho, como se diz na gíria, é pagar micos e muitos, além do mal que se  pode causar. Esse gosto pelo hábito de improvisar é próprio de pessoas triunfalistas que se sentem auto suficientes e minimizam a inteligência dos seus ouvintes e  das pessoas com quem convivem ou de quem são líderes por razões aleatórias e nem sempre meritórias. Não adianta a verbosidade vazia de conteúdo e cheia de arroubos, isso é verborréia; arranca aplausos mas complica a convivência com o público alvo, quando não remete ao ridículo. Trata-se de um hábito largamente utilizado por políticos de formação populista e de líderes sindicais, que agrada a muitos e que prejudica, quando não ofende, a outros tantos. Basta ver no besteirol político quantas pérolas são ditas quase que diariamente, como se os nossos ouvidos fossem bispotes sempre abertos a esse tipo de material .

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