Comecei esta crônica pensando como seria o seu título. Araruta..., Será...!, Taí...!, Oxente !, e muitos outros. Claro que o título deve se harmonizar com o conteúdo. De repente abandonei todos e me fixei no escolhido. “A última página”. Sabem por que? Vejam só; durante estes 10 anos muito se falou e discutiu sobre o destino final da nossa Fundação, não é verdade? Pois bem, temos afinal uma solução para todas aquelas querelas. O longo segundo capítulo escrito ao longo de dez anos chegou ao fim. Como sabem, o primeiro encerrou-se com a decretação da intervenção. Estamos iniciando o terceiro capítulo que esperamos encerre a trama no formato previsto quando da instalação da nossa Fundação. De agora até a última página, tudo deve acontecer como previsto no primeiro capítulo. As incertezas, as dúvidas, as assombrações, os vexames, as rasteiras, os maus administradores, tudo isso é passado; faz parte da memória morta da nossa história. Interessante, idoso não tem como fazer contagem regressiva, a contagem do tempo é sempre mais um, até que um dia ... . Só mais uma coisinha. Sempre observei que em revistas e outras publicações, a última página contém quase sempre humorismo, palavras cruzadas, jogos de memória, piadas sem legenda e outras amenidades, como se faltasse assunto, como se houvesse cansaço, necessidade de relaxar. No nosso caso não será assim. Diferentemente também dos folhetins novelescos, onde tudo termina na maior correria, a última pagina da nossa história terá o fim que todos esperamos. A última página só terá um leitor que ao terminar a sua leitura viajará para a dimensão dos eleitos por Deus. Dessa forma, a nossa Fundação terá cumprido o seu papel. Assim será.
sábado, 22 de abril de 2006
quinta-feira, 6 de abril de 2006
ALFORRIA
Nas competições esportivas, muitas vezes o quarto lugar equivale à medalha de ouro. Isto acontece porque a performance do atleta que cresce a cada competição, de repente, dá um salto de qualidade e a valorização de sua posição na competição atinge um índice inesperado. Não é que estávamos numa competição, pois tratava-se de uma querela por direitos adquiridos. Essa é a posição que obtivemos com o acordo que está sendo firmado com o Unibanco. Depois do massacre de 10 anos chegou-se a um consenso que, embora não traduzindo os anseios do grupo, ameniza a situação de angústia em que vivíamos e afasta da nossa Fundação o estigma da liquidação. De agora em diante, afastadas as incertezas, cada um estará ciente do que disporá para administrar o restante dos seus dias. Saímos da escravidão das dúvidas para a liberdade do definido; Por traz de tudo isso, fica a lição de sabedoria com que vamos encarar essa nova realidade. O que está em jogo, agora, não é o fato de se concordar ou não com o convencionado, não, não é isso. Muito mais importante é termos a certeza de que com esse acordo a nossa Fundação continuará a existir até o falecimento do último dos seus participantes, aposentados e pensionistas. Não aceitar o acordo significará a morte da nossa Fundação e a falência das nossas condições financeiras para a manutenção das nossas famílias. O nosso instinto de sobrevivência aponta para a solução mais inteligente que é a que proporcionará a continuidade da nossa Fundação. A Fundação somos nós; a Fundação é nossa; a Fundação existe porque concordamos com sua criação mantendo-a, de nossa parte, através dos nossos contracheques de trabalhadores ativos. Não vai ser agora que vamos renegá-la não concordando com o que foi negociado. A sobrevivência do grupo é mais importante do que os interesses individuais. Egoísmo não rima com sabedoria. Na verdade, estamos sendo alforriados.
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