quinta-feira, 6 de abril de 2006

ALFORRIA


Nas competições esportivas, muitas vezes o quarto lugar equivale à medalha de ouro. Isto acontece porque a performance do atleta que cresce a cada competição, de repente, dá um salto de qualidade e a valorização de sua posição na competição atinge um índice inesperado. Não é que estávamos numa competição, pois tratava-se de uma querela por direitos adquiridos. Essa é a posição que obtivemos com o acordo que está sendo firmado com o Unibanco. Depois do massacre de 10 anos chegou-se a um consenso que, embora não traduzindo os anseios do grupo, ameniza a situação de angústia em que vivíamos e afasta da nossa Fundação o estigma da liquidação. De agora em diante, afastadas as incertezas, cada um estará ciente do que disporá para administrar o restante dos seus dias. Saímos da escravidão das dúvidas para a liberdade do definido; Por traz de tudo isso, fica a lição de sabedoria com que vamos encarar essa nova realidade. O que está em jogo, agora, não é o fato de se concordar ou não com o convencionado, não, não é isso. Muito mais importante é termos a certeza de que com esse acordo a nossa Fundação continuará a existir até o falecimento do último dos seus participantes, aposentados e pensionistas. Não aceitar o acordo significará a morte da nossa Fundação e a falência das nossas condições financeiras para a manutenção das nossas famílias. O nosso instinto de sobrevivência aponta para a solução mais inteligente que é a que proporcionará a continuidade da nossa Fundação. A Fundação somos nós; a Fundação é nossa; a Fundação existe porque concordamos com sua criação mantendo-a, de nossa parte, através dos nossos contracheques de trabalhadores ativos. Não vai ser agora que vamos renegá-la não concordando com o que foi negociado. A sobrevivência do grupo é mais importante do que os interesses individuais. Egoísmo não rima com sabedoria. Na verdade, estamos sendo alforriados. 


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