A criatura humana nasceu do pó, pois, segundo o livro do Gênesis, capítulo 2, versículo 7, “O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, ...”. Isto significa que viemos do pó. E, como todos sabemos, voltaremos ao pó quando da decomposição do nosso corpo após a morte. Está aí definida a nossa transição sobre a terra. Não importa a condição social, a raça, seja lá o que for, todos terminaremos iguais. Nascemos em diferentes berços, mas terminamos a vida na igualdade. Na igreja católica, na chamada quarta-feira de cinzas, os fiéis participam da Eucaristia e, em dado momento é feita a imposição das cinzas em suas frontes ou cabeças. Isto tem um simbolismo marcante, ou seja, visa lembrar ao fiel a sua origem e o seu destino na terra. Antes do Concílio Vaticano II, na imposição das cinzas o sacerdote pronunciava as seguintes frases; ”Lembra-te homem que és pó, e para o pó retornarás.” Atualmente, a fórmula é a seguinte: “Convertei-vos e crede no Evangelho”. Pessoalmente, prefiro a primeira, que sendo realista, traz em si, mais forte, o mesmo sentido de conversão. A reflexão que fica é a de que, o nosso orgulho, arrogância, preconceitos, discriminações, acumulação de bens, são deméritos do nosso viver. Seremos julgados pelo bem que não praticamos. Sobre bens acumulados ouvi, certa vez, durante uma homilia, a seguinte bem humorada pergunta: Você já viu alguma vez, carro de funerária com reboque de mudança? Eis a conclusão; no túmulo ou no crematório o que somos mesmo é cinza.
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