domingo, 8 de dezembro de 2002

A GALERA AGRADECE



Um certo pintor, perfeccionista por sinal, ao expor seus quadros, colocou em cada um deles um caderno para que os visitantes deixassem anotadas as suas opiniões detalhadas sobre o tema abordado em cada obra de arte, indicando inclusive a sua profissão.

Aconteceu que, ao recolher as impressões dos visitantes, esbarrou com as opiniões de um sapateiro sobre os detalhes do vestido de uma mulher participante da cena pintada. De pronto, escreveu ao final da opinião do sapateiro, o seguinte: “o sapateiro não deve ir além do sapato”.

Pois bem. Encontro-me nessa situação, pois gostaria de entender e tecer alguns comentários sobre o “Demonstrativo Contábil e de Resultado Jun/02”, recebido por todos nós sem qualquer tipo de análise. Acredito que as informações contidas no tal demonstrativo espelham a situação financeira da nossa Fundação. O vai e vem das cifras é que nos deixa sem entender nada desse balé financeiro; que nos perdoem os que são do ramo. Fico a pensar também na situação, talvez da maioria dos colegas aposentados e pensionistas que, não querendo dar uma de sapateiro, ficam como que num barco à deriva sem saber remar ou nadar, portanto, sem rumo e sem colete salva-vida, o que não é novidade.

Roga-se, portanto, aos colegas afeitos aos meandros da contabilidade, balanços, demonstrativos contábeis etc., e não são poucos entre nós, que ao ser distribuído documento semelhante pela Fundação, se disponham individualmente ou em grupo a analisar e tecer comentários sobre estes demonstrativos, precedidos, por certo, de um contato com quem de direito na Fundação para os necessários esclarecimentos. Estarão, sem dúvida, prestando um grande e valioso serviço aos colegas do  lado de cá.

Essas análises e comentários deverão ser divulgados, em linguagem clara e objetiva, para todos os nossos colegas através do Jornal ANAB que, apesar de existir para isso,  é subutilizado nesse sentido. Fica, portanto, lançada a idéia e,  como diz o povão, a galera agradece.


sexta-feira, 22 de novembro de 2002

O ANZOL, A ISCA E O PEIXE



O anzol só existe por causa do peixe. Até aí, nada de relevante, se não fosse a isca. O peixe só é fisgado porque acredita que a isca é uma oferta da natureza. Portanto, o peixe é vítima de sua boa fé. Está aí um cenário típico do que acontece nas sociedades ditas civilizadas. E a palavra chave é “acreditar “. Alguém poderá raciocinar que está faltando um personagem nesta peça; e está mesmo, o pescador. O peixe não tem malícia; a isca está na cena de bobeira; o anzol é um instrumento. Pois é!   A malícia é do pescador, o personagem que faltava aqui. O pescador quando planeja sua pescaria, reúne os apetrechos necessários e não pode esquecer nenhum, principalmente a isca; peixe não lambe anzol. Uma conclusão parcial e lógica é que o produto da pescaria é resultado de um ardil. Coitados dos peixes; primeiro, enganam-se com a isca; segundo, não sabem o que é anzol e, por fim, não conhecem as intenções do pescador. Como se depreende, o problema do peixe é que ele sabe que a isca é comestível; o que o peixe não sabe é como aquela isca chegou até ali. Vejam bem, não estou contando aqui história de pescador; estou narrando a saga do peixe. O peixe está sempre fadado a entrar numa fria, exceto quando chega na panela. Apesar de tudo, o peixe tem o seu momento de glória e quase sempre bem longe do pescador a quem deve parte dessa glória. Mas nem tanto.  


sábado, 2 de novembro de 2002

SUPLÍCIO DE UMA SAUDADE




....Mas isso é título de um filme! E é mesmo. E como filme você sempre narra no passado, ao contrário das novelas que têm continuidade, estou lhe escrevendo para tratar de um assunto muito importante para nós todos: a comunicação entre nós mesmos.

Então vamos ao assunto. Lá pelos Idos de março de 1994, em uma reunião da ANAB, mostrei meu descontentamento por não ter sabido do falecimento do nosso saudoso colega Alcir Ramos, batalhador incansável que foi quando da instalação da nossa Fundação. Na ocasião, sugeri que fosse criado um veículo de informação para os associados, para que aposentados e pensionistas estivessem sempre bem informados sobre tudo que acontecesse com a nossa Fundação e conosco mesmos, pois, afinal de contas somos uma família e dessa forma teríamos um elo de ligação.  

O então Presidente da ANAB, Dácio Rossiter, naquela ocasião desafiou-me a assumir o encargo de cuidar do tal veículo de comunicação, o que de pronto aceitei. Confesso que não foi fácil ser, ao mesmo tempo, editor, redator, colaborador, pesquisador e distribuidor desse nosso veículo o “Jornal ANAB”que esteve sob aquela responsabilidade assumida como desafio há sete anos e até a edição de nº 072 (Junho/Julho 2002).

Não aceito a idéia de uma associação de classe com as características da nossa, com associados dispersos em todo o território nacional, sem um veículo informativo impresso, como se todos os seus associados, sem exceção,  tivessem acesso à internet, o que justificaria a ausência de um  jornal ou boletim impresso. Um site bem elaborado supriria todas as necessidades. Sem o jornal, que benefícios a ANAB proporciona aos seus associados, além da oportunidade para alguns de participar de um plano de saúde pago integralmente pelos próprios associados? E os demais?

Uso aqui o mesmo tipo de linguagem das minhas crônicas no Jornal ANAB. O nosso Jornal tem que ser mensal, mesmo que seja impresso apenas com duas páginas (frente e verso), pois, do contrário, melhor não mantê-lo, a menos que se prefira o isolamento individual em torno de um contracheque ansiosamente esperado no final do mês que, em muitos casos, deve proporcionar uma situação de alívio do tipo “chegou mais um”, que bom!

O Jornal ANAB nasceu nos Idos de Março e atualmente sempre de olho  nas Kalendas do mês seguinte, ansiamos por notícias que não chegam. Se antes vivíamos das incertezas informadas mensalmente, alimentando-nos das esperanças das entrelinhas, agora não sabemos sequer se teremos as informações que poderiam vir nas suas páginas. A ausência de notícias funciona como as pichações, chamam à atenção mas não dizem nada.

Peço desculpas aos meus colegas aposentados e pensionistas pelo tom individualista utilizado neste tipo de comunicação. Confesso o meu constrangimento ao lhes escrever sobre este assunto. Sinto-me, entretanto, aliviado pelo cumprimento daquele desafio assumido quando do início do nosso Jornal.

Nesta oportunidade faço questão de levar o meu agradecimento a todos os colegas aposentados e pensionistas pela colaboração, carinho e incentivo que me proporcionaram na feitura mensal do nosso Jornal ANAB. A melhor moeda nestas ocasiões é a sinceridade de propósito e a sensação do dever cumprido. Que Deus ilumine a todos e principalmente as mentes daqueles que decidirão os nossos destinos, na ANAB  e na FUNDAÇÃO.



quinta-feira, 15 de agosto de 2002

REPRESENTATIVIDADE CAPENGA



A ANAB foi fundada em março de 1994, concretizando-se assim os ideais de Tarcísio Couceiro e de Romildo Gomes. Não poderiam ter tido idéia melhor do que essa, uma vez que a nossa associação tem contribuído para o entrosamento dos participantes assistidos da nossa Fundação. Entre erros e acertos cometidos durante estes quase nove anos, gostaríamos de focalizar o modo como as nossas diretorias foram eleitas nestes três triênios de mandatos. A proverbial camaradagem, o coleguismo no trabalho, e a convivência próxima durante muitos anos fizeram com que na hora das eleições para as nossas diretorias e conselhos, o comodismo falasse mais forte do que as regras de uma eleição disputada, não por facções antagônicas, é claro, mas por  pessoas adultas que se respeitam mutuamente. O resultado disso tem sido a eleição por aclamação; uma representatividade capenga. Este processo resolve o problema em meia hora de euforia . Palmas, abraços e tapinhas nas costas resolvem tudo. Não é bem assim. É bom lembrar que somos cerca de 400 associados e com essa metodologia somente dez por cento, talvez, tenha participado dessa forma de escolha das nossas diretorias. Que é cômodo é, não há dúvida, mas não é o ideal, convenhamos. A ANAB tem associados em outras regiões do país, e não são poucos,  que gostariam de participar do processo de escolha de seus diretores e que não têm condições de comparecer às assembléias e por isso têm ficado à margem do processo  e logo em seguida começam as divergências. Acredito que  através do voto pelo correio isto seria resolvido satisfatoriamente. Seria, portanto, muito proveitoso que já a partir de agora o processo de renovação da atual diretoria começasse a ser desencadeado com iniciativas no sentido de que fossem compostas duas ou três chapas, pelo menos, e que começasse a ser montado pela ANAB um processo eleitoral com a participação de todos os nossos associados  (os contribuintes, os isentos, inclusive dos outros  estados ), a exemplo do que foi feito, diga-se de passagem, com grande êxito,  quando da eleição da diretoria executiva e conselhos da Fundação. A ANAB tem tudo para repetir a façanha. Uma outra forma que poderia ser utilizada, e muito menos burocrática, é a de se fazer uma prévia, através de formulário encartado em nosso jornal, com envelope retorno selado, onde os associados sugeririam a sua chapa preferida para a diretoria executiva. Apuradas as preferências,  seria montada uma chapa única, com os preferidos em maioria,  para apresentação e votação pelos presentes à assembléia geral convocada para a eleição da nova diretoria. Dessa forma, teríamos uma diretoria eleita na base do consenso, sem  a necessidade de um processo eleitoral requintado.  O mandato da atual diretoria expira em março de 2003; que vai dar muita mão de obra, vai, mas que é o melhor caminho, não há dúvidas. Assim seriam atendidos gregos e troianos e a ANAB teria uma diretoria eleita por sugestão da maioria dos seus associados. Lembram daquela estorinha da assembléia dos ratos !  Pois é! Se temos que amarrar o guizo no pescoço do gato, que o façamos elegendo pelo voto os encarregados da continuidade dessa tarefa na diretoria e nos conselhos da ANAB para o próximo triênio. 






sexta-feira, 7 de junho de 2002

O SINO E A MATRACA



O nosso jornal ANAB é uma tribuna livre. Não é faccioso nem privilegia nenhum dos participantes da Fundação; esforça-se para ser um multiplicador das notícias de interesse geral. Se algum dos nossos tem ponto de vista diferente de alguma matéria publicada,  além de fazer uma corrente telefônica ou de e-mails para externar a sua discordância, manifeste-se também através do nosso jornal que carece da colaboração e da opinião dos seus leitores. Temos uma tribuna onde podemos manifestar o nosso agrado ou desagrado com o que ocorre dentro do nosso grupo, mas não a utilizamos, privando a grande maioria dos nossos colegas de tomar conhecimento e participar da discussão de assuntos que, por certo interessaria a todo o grupo. A discussão fechada é discriminatória porque não atinge  a maioria dos nossos colegas, com o que não  se pode concordar. É evidente que o alcance do sino é maior do que o da matraca (Instrumento de percussão, formado por tabuinhas movediças, ou argolas de ferro, que, ao serem agitadas, percutem a prancheta em que se acham presas e produzem uma série rápida de estalos secos, utilizado nas igrejas, durante a semana santa). É uma pena que isso aconteça porque a divulgação de opiniões, por mais divergentes que sejam concorre para uma melhor compreensão dos nossos problemas. Desde as primeiras edições e ao longo da existência deste nosso jornal, insistimos inúmeras vezes para que os colegas mandassem suas colaborações para publicação. Para falar a verdade, durante todo esse tempo, raríssimos foram os casos de colaboração. Quem nos tem acompanhado nestes sete anos de existência, sabe bem disso. É de conhecimento geral  e notório que estamos vivendo um momento de grande inquietação. Agora, mais do que nunca, faz-se necessário que idéias e opiniões sejam  explicitadas para que se encontre o caminho a seguir nesta encruzilhada em que nos encontramos. 

sábado, 18 de maio de 2002

O ELO NECESSÁRIO




Somos um grupo espalhado pelo Brasil. Metade dos nossos colegas vivem na Região Metropolitana de Recife, por razões óbvias e a outra metade reside nas demais regiões desse nosso Brasil, principalmente nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O jornal ANAB existe desde Setembro de 1995 e tem cumprido a sua finalidade, ou seja, levar a todos os participantes da Fundação Banorte notícias de interesse geral, comentários atualizados sobre os rumos da Fundação, afora outras matérias complementares, mas de interesse para o grupo. O nosso jornal não alimenta vaidades de quem quer que seja e visa apenas manter os colegas atualizados no que se refere a notícias de fontes seguras. Vale lembrar que desde o primeiro número, os colegas envolvidos na sua edição e distribuição o fazem com dedicação e voluntariamente, sem nenhuma retribuição de caráter financeiro.  A ANAB custeia as despesas com gráfica e postagem.
Estou abordando este assunto, pelo fato de que comentou-se que a despesa com o este nosso  jornal era alta e portanto dispendiosa para a ANAB. Discordo dessa afirmativa pelas razões expostas acima.
Na suposição de que a despesa seja alta, poderia ser levada em conta alguma das seguintes sugestões:
Adotar o esquema de edição bimensal, sem abrir mão da qualidade do material impresso ; com uma freqüência maior do que essa o jornal não teria sentido;
Enviar o jornal apenas para os colegas que são associados da ANAB; atualmente temos cerca de 400 participantes da Fundação com vínculo associativo, pagando contribuição à ANAB; o jornal, entretanto, é enviado a todos os participantes da Fundação ( 600 );
Se o problema é despesa, as duas sugestões acima reduziriam em muito o que se gasta com o jornal;

Defendo a existência do Jornal ANAB porque além de manter o grupo bem informado, tem contribuído para uma maior integração de todos os colegas. Sem o jornal, não seremos um grupo, mas uma dispersão de pessoas que, apesar de terem os mesmos interesses, careceriam de um elo para mantê-las numa corrente através da informação. Acredito que o benefício justifica o custo. É o que penso.


domingo, 21 de abril de 2002

R S V P até . . .



Espero que não esteja muito longe o dia em que faremos um convite para uma grande comemoração. Esse dia será aquele em que festejaremos o final feliz de tudo o que tem acontecido com a nossa Fundação. Festejaremos a concretização das nossas esperanças de tão longos anos. Pois bem! No convite que enviaremos aos nossos colegas aposentados e pensionistas constará no canto inferior direito a sigla RSVP e mais o espaço para a data limite. Por que isso? Porque em toda festa de arromba necessário se faz saber antecipadamente a quantidade de pessoas que comparecerão para que se programe os detalhes do evento. Para quem não sabe, esta sigla que corresponde em francês a  REPONDEZ S´IL VOUS PLAIT  (responda por favor) é usada no ocidente em convites de gente chique; e bota chique nisso. Se você acha que estou parecendo um otimista exagerado,  não se engane; ou acreditamos que as nossas expectativas serão realizadas com final feliz para todos, ou estaremos querendo, de véspera,  a nossa ruína e a das nossas famílias. Vamos acreditar nas pessoas e nas entidades responsáveis pelos nossos destinos e lhes dar um crédito de confiança. Afinal, as nossas expectativas são de que em breve tenhamos novidades; que elas venham, e venham para solucionar em definitivo todas as pendências que nos angustiam pela demora em serem resolvidas. Aguardamos o dia em que seremos convidados para o tão esperado evento. Estamos ansiosos para responder de imediato a esse tal  de RSVP. Que Deus nos ouça.  Somos gratos de véspera.

quinta-feira, 18 de abril de 2002

O TROFÉU ROUBADO




Certo dia disseram a um grupo de  trabalhadores dedicados que eles poderi-am, quando de suas aposentadorias, ter uma qualidade de vida decente, vivendo uma tranqüilidade almejada por todos e por poucos alcançada àquela altura. Não era um sonho, e até muitos não entenderam bem o espírito da coisa.
Passaram-se os anos e tudo parecia correr às mil maravilhas, pois al-guns já desfrutavam do prometido, o que era um atestado do que antes lhes havia sido dito. Entusiasmo no trabalho, não faltou; argumentos para tanta euforia eram abundantes; a perspectiva de uma aposentadoria tranqüila e uma qualidade de vida decente, fascinava. Ninguém desconfiava de que “ dia de muito, véspera de pouco” não era apenas um provérbio, mas uma sentença. Não demorou, e o que era espe-rança, tornou-se desespero, intranqüilidade,  fantasma; tudo mudou e o que era sonho transformou-se em pesadelo; a almejada qualidade de vida decente era ape-nas uma quimera, uma utopia, talvez.
O pior de tudo isso é saber, é estar consciente, de que em nenhum momento se concorreu para esse estado de coisas. Recebemos, como se diz popu-larmente, um chute na canela; e que chute !
Aquele grupo de que falamos no início, continua coeso, mas em torno das suas incertezas,  desiludido das promessas que lhe fizeram há vinte e tantos anos atrás. Promessa de qualidade de vida decente tornou-se uma excrescência. O que vai sobrar de tudo isso é a certeza de que o trabalhador é  um herói das bata-lhas da vida, só que o troféu da vitória lhe é roubado ainda no pódio. 

II  -  Trapos e sarjeta
Estamos todos reféns das especulações das leis e regulamentos e pior, das interpretações. Agora, estamos assistindo  às execuções, não pela forca, mas pelo bolso que, aliás, é a parte mais sensível do corpo humano e , por isso mesmo pior, porque vai matar devagar, devagarinho, como canta o sambista. É triste, muito tris-te, constatar que tudo isso acontece pela incúria e pelas decisões verticais tomadas à revelia dos participantes ludibriados e agora humilhados. Causa-nos vergonha ser tratados como tendo praticado dolo, fraude, emitido declaração falsa, ou outro crime afim, quando na realidade fomos e somos vítimas da vaidade e das manobras que culminaram com tudo o que aí está. 
Defesa, argumentos, não são aceitos. Em nome da lei e de um regulamento capcioso, somos jogados na sarjeta, como trapos, como criaturas que se locupleta-ram da Fundação, como foi dito em carta enviada a grande parte dos nossos cole-gas, enquadrados em processo administrativo instaurado por um dos Interventores na Fundação. Pena que direito adquirido e injustiça signifiquem a mesma coisa nessas horas. Estamos diante de uma herança maldita que fomos levados a julgar ser o horizonte brilhante das nossas vidas. Puro engano. Estamos sendo tratados como lixo, sem direito a reciclagem. Lixo sim, porque estamos sendo condenados ao abandono, às moscas, sem nenhuma consideração por quem tem a obrigação legal de nos proteger. Estamos sendo jogados à própria sorte, sem rumo, sem dire-ção, sem oportunidade de recuperação.
Certa vez, há muitos anos passados, um líder sindical rebatendo as críticas patronais de que a classe que ele representava vivia bem, porque andava de paletó e gravata e morava em apartamento, desabafou: não sabem eles, os patrões,  que a gravata nos enforca e a nosso apartamento é a antecipação do nosso túmulo. Não é diferente a situação para a qual  estão nos empurrando. Com as nossas desculpas pelo humor negro, por pouco, o tal  artigo do Regulamento, o 23, não nos estigmati-zou com a marca do ridículo. Também assim, seria demais.

terça-feira, 2 de abril de 2002

O SINO E A MATRACA



O nosso jornal ANAB é uma tribuna livre. Não é faccioso nem privilegia nenhum dos participantes da Fundação; esforça-se para ser um multiplicador das notícias de interesse geral. Se algum dos nossos tem ponto de vista diferente de alguma matéria publicada,  além de fazer uma corrente telefônica ou de e-mails para externar a sua discordância, manifeste-se também através do nosso jornal que carece da colaboração e da opinião dos seus leitores. Temos uma tribuna onde podemos manifestar o nosso agrado ou desagrado com o que ocorre dentro do nosso grupo, mas não a utilizamos, privando a grande maioria dos nossos colegas de tomar conhecimento e participar da discussão de assuntos que, por certo interessaria a todo o grupo. A discussão fechada é discriminatória porque não atinge  a maioria dos nossos colegas, com o que não  se pode concordar. É evidente que o alcance do sino é maior do que o da matraca (Instrumento de percussão, formado por tabuinhas movediças, ou argolas de ferro, que, ao serem agitadas, percutem a prancheta em que se acham presas e produzem uma série rápida de estalos secos, utilizado nas igrejas, durante a semana santa). É uma pena que isso aconteça porque a divulgação de opiniões, por mais divergentes que sejam concorre para uma melhor compreensão dos nossos problemas. Desde as primeiras edições e ao longo da existência deste nosso jornal, insistimos inúmeras vezes para que os colegas mandassem suas colaborações para publicação. Para falar a verdade, durante todo esse tempo, raríssimos foram os casos de colaboração. Quem nos tem acompanhado nestes sete anos de existência, sabe bem disso. É de conhecimento geral  e notório que estamos vivendo um momento de grande inquietação. Agora, mais do que nunca, faz-se necessário que idéias e opiniões sejam  explicitadas para que se encontre o caminho a seguir nesta encruzilhada em que nos encontramo

terça-feira, 5 de março de 2002

TROFÉU ROUBADO



Certo dia disseram a um grupo de  trabalhadores dedicados que eles poderiam, quando de suas aposentadorias, ter uma qualidade de vida decente, vivendo uma tranqüilidade almejada por todos e por poucos alcançada àquela altura. Não era um sonho, e até muitos não entenderam bem o espírito da coisa.
Passaram-se os anos e tudo parecia correr às mil maravilhas, pois alguns já desfrutavam do prometido, o que era um atestado do que antes lhes havia sido dito. Entusiasmo no trabalho, não faltou; argumentos para tanta euforia eram abundantes; a perspectiva de uma aposentadoria tranqüila e uma qualidade de vida decente, fascinava. Ninguém desconfiava de que “ dia de muito, véspera de pouco” não era apenas um provérbio, mas uma sentença. Não demorou, e o que era esperança, tornou-se desespero, intranqüilidade,  fantasma; tudo mudou e o que era sonho transformou-se em pesadelo; a almejada qualidade de vida decente era apenas uma quimera, uma utopia, talvez.
O pior de tudo isso é saber, é estar consciente, de que em nenhum momento se concorreu para esse estado de coisas. Recebemos, como se diz popularmente, um chute na canela; e que chute !
Aquele grupo de que falamos no início, continua coeso, mas em torno das suas incertezas,  desiludido das promessas que lhe fizeram há vinte e tantos anos atrás. Promessa de qualidade de vida decente tornou-se uma excrescência. O que vai sobrar de tudo isso é a certeza de que o trabalhador é  um herói das batalhas da vida, só que o troféu da vitória lhe é roubado ainda no pódio. 

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2002

TRAJETORIA COM TROPEÇOS



A nossa Fundação completará 23 anos em julho deste ano. De todo esse período de existência, já estamos há seis em regime de  administração especial (Intervenção da Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência e Assistência Social).
Durante todo esse período de intervenção temos visto por um fio o sonho da aposentadoria com qualidade de vida, prometida quando da criação da Fundação. E o que temos hoje? Dúvidas; muitas dúvidas sobre a sobrevivência da nossa querida BFS. Muitos dos nossos já se foram; pouquíssimos haverão de se aposentar, no futuro. Não estamos pintando um quadro negro; talvez um pouco cinzento. Os nossos patrimônios individuais, se é que todos têm, cada vez mais desgastados, quando não estão sendo alienados. A nossa subsistência ameaçada pela não correção dos benefícios, pois, a cada ano que passa o que recebemos vale menos. Muitos já mantêm  o seu plano de saúde no limite. E daí, o que nos reserva essa situação?  Somos vítimas das circunstâncias; dos processos e das ações judiciais não resolvidas; enfim, de uma burocracia cruel e de fatores outros que concorrem para o adiamento de soluções cruciais para a nossa Fundação. Enquanto isso, somos torturados com processos administrativos incoerentes que nos obrigam a despesas não programadas com assessoramento para defesa dos mesmos, além da angústia e da incerteza da continuidade do recebimento dos benefícios a partir da recepção da correspondência relacionada com esses processos administrativos que nada informam sobre o assunto.
É constrangedor ter que falar sobre esses assuntos, mas é necessário que se diga que tudo isso acontece sem que os participantes tenham um naco de culpa. Peçamos a Deus que ilumine as cabeças pensantes que têm a responsabilidade de resolver todo esse emaranhado de situações, para que nós e as nossas famílias possamos desfrutar, definitivamente, do sossego e paz tão almejados para a fase final das nossas vidas. É preciso que haja uma definição dessa situação. Quem nos deve, que nos pague; quem tem poder de decisão, que decida. O que não pode acontecer, é continuarmos nessa indecisão massacrante, para não dizer macabra, que tanto perturba a todos nós. Muitos dos nossos colegas estão sendo intimados a devolver valores indicados em processos administrativos conhecidos da maioria. A esta altura dos acontecimentos, não estariam essas devoluções prescritas? O que é então prescrição; em que casos ela acontece e em que lapso de tempo? Colegas nossos, Advogados, bem que poderiam nos dar um esclarecimento a respeito. Enfim, aposentadoria e angústia não rimam. Tranqüilidade, sossego, paz, saúde e muito mais é o que desejamos a todos os nossos colegas aposentados e pensionistas 

terça-feira, 15 de janeiro de 2002

2002 O ANO DA VERDADE


2002 O ANO DA VERDADE

Vislumbremos 2002 como um ano promissor, a começar pelo calendário de festas tão ao gosto do brasileiro. Com o carnaval na primeira quinzena de fevereiro, o que não acontece com muita freqüência, tudo indica que as coi-sas neste país vão começar a funcionar com mais seriedade e muito mais cedo. Nós participantes da Fundação Banorte estamos esperançosos de que as decisões daqueles que têm a responsabilidade de zelar pelos nossos in-teresses sejam tomadas com a visão do bem-estar da nossa comunidade de aposentados e pensionista, evitando-se o caos generalizado e a degradação da nossa qualidade de vida. Peçamos a Deus que ilumine a todos que têm esse poder de decisão, para que as nossas esperanças não sejam frustra-das.