Um certo pintor, perfeccionista por sinal, ao expor seus quadros, colocou em cada um deles um caderno para que os visitantes deixassem anotadas as suas opiniões detalhadas sobre o tema abordado em cada obra de arte, indicando inclusive a sua profissão.
Aconteceu que, ao recolher as impressões dos visitantes, esbarrou com as opiniões de um sapateiro sobre os detalhes do vestido de uma mulher participante da cena pintada. De pronto, escreveu ao final da opinião do sapateiro, o seguinte: “o sapateiro não deve ir além do sapato”.
Pois bem. Encontro-me nessa situação, pois gostaria de entender e tecer alguns comentários sobre o “Demonstrativo Contábil e de Resultado Jun/02”, recebido por todos nós sem qualquer tipo de análise. Acredito que as informações contidas no tal demonstrativo espelham a situação financeira da nossa Fundação. O vai e vem das cifras é que nos deixa sem entender nada desse balé financeiro; que nos perdoem os que são do ramo. Fico a pensar também na situação, talvez da maioria dos colegas aposentados e pensionistas que, não querendo dar uma de sapateiro, ficam como que num barco à deriva sem saber remar ou nadar, portanto, sem rumo e sem colete salva-vida, o que não é novidade.
Roga-se, portanto, aos colegas afeitos aos meandros da contabilidade, balanços, demonstrativos contábeis etc., e não são poucos entre nós, que ao ser distribuído documento semelhante pela Fundação, se disponham individualmente ou em grupo a analisar e tecer comentários sobre estes demonstrativos, precedidos, por certo, de um contato com quem de direito na Fundação para os necessários esclarecimentos. Estarão, sem dúvida, prestando um grande e valioso serviço aos colegas do lado de cá.
Essas análises e comentários deverão ser divulgados, em linguagem clara e objetiva, para todos os nossos colegas através do Jornal ANAB que, apesar de existir para isso, é subutilizado nesse sentido. Fica, portanto, lançada a idéia e, como diz o povão, a galera agradece.