sábado, 25 de abril de 2015

MISSA EM LATIM

tonymemoratus.blogspot.com 

Até o Concílio Vaticano II, realizado 50 há anos, os rituais da Igreja Católica Apostólica Romana, inclusive a missa, eram realizados com textos na língua latina.  Para os fiéis menos esclarecidos, a maioria sem dúvida, o uso do latim constituía-se realmente numa dificuldade para o entendimento e participação no desenrolar das cerimônias religiosas, principalmente da missa; isso aliado ao fato de que no altar o celebrante ficava de costas para a assembleia.  Os fiéis mais esclarecidos, entretanto, dispunham do missal bilíngue  latim/português acessível aos interessados.  Atualmente os sacerdotes não são proibidos de celebrarem em latim; há casos em que algum padre resolve, para satisfação dos saudosistas, celebrar a missa em latim.  As celebrações em língua vernácula propiciou aos fiéis a participação efetiva na missa, o que era dificultado no caso da adoção do latim.  No meu blog constante logo após o título desta postagem, no link “CALENDARIO”, os internautas encontrarão o texto do evangelho da missa de todos os domingos do ano litúrgico em quatro idiomas: português, latim, espanhol e inglês. A postagem dos textos é feita todos os sábados, às 12:00 h e permanece no blog durante toda a semana, até o sábado seguinte.Trata-se de uma contribuição destinada às pessoas que necessitem desses textos naqueles idiomas.

A REZA DO TERÇO

O espírito religioso das pessoas em geral faz com que cada um, à sua maneira, tenha seus hábitos de devoção. O terço do rosário de Nossa Senhora é uma dessas opções e mais difundida entre os católicos, principalmente entre nós brasileiros. Não é sem razão que o maior santuário do mundo dedicado à mãe de Jesus esteja no Brasil, em Aparecida, no Estado de São Paulo. Nesta primeira década do século em que vivemos a reza do terço tem tido um incremento de grande projeção.  Isto é notado principalmente a partir da iniciativa do Terço dos Homens que tem crescido de forma admirável. A partir dessa iniciativa temos hoje, terço das mulheres; terço das crianças e certamente surgirão outras formas de recitação desta reza  memorável. Não acho felizes, embora não  condene, os formatos que se criam na tentativa de reduzir o tempo da recitação do terço, a exemplo do terço da misericórdia. Corremos o risco de sei lá quando, alguém passe a rezar o terço da seguinte forma: reza-se a primeira Ave Maria e em seguida repete-se, Ave Maria, Santa Maria; Ave Maria, Santa  Maria . . . . e lá se vai. Não é uma visão pessimista, mas realista. Basta saber que já se benze a água pela televisão, através de uma gravação de novenas, o que além de ser uma atitude comodista,  é de eficácia duvidosa e manipula a boa fé das pessoas. Voltando ao terço, acho muito estranho o fato do terço objeto conter, antes do primeiro mistério, quatro contas equivalentes a um “Pai Nosso” e três “Ave Maria” que correspondem pela ordem, a primeira à  “ Filha de Deus Pai”; a segunda à “Mãe do filho de Deus” e a terceira à “Esposa do Espírito Santo”, e que na prática da reza se tenha abandonado tacitamente com a conivência da Igreja a utilização das quatro contas mencionadas. Se assim deve ser que se retire do terço objeto aquelas quatro contas que passaram a ser um penduricalho necessário à beleza do objeto de devoção. Seria ótimo que alguém, com autoridade,   explicasse e justificasse a reza do terço com a omissão da parte referente à Santíssima Trindade, representada pelas contas omitidas. Taí um dos males da TV no âmbito religioso; tudo tem que ser cronometrado, mesmo em detrimento de tradições religiosas seculares.

CORRIMBOQUE E CACHIMBO

Em épocas diferentes as pessoas têm sido vítimas de diferentes vícios com características as mais diversas. O álcool e o tabaco sempre se destacaram, talvez porque considerados como drogas lícitas. O álcool produzido em larga escala pela agroindústria sempre esteve presente no vício das pessoas através das diversas bebidas onde ele está presente sob inúmeras formas e sofisticação; leva os viciados a muitos desacertos nas suas vidas, como a perda da autoestima e a destruição das famílias. Quanto ao tabaco, tem o seu rastro destruidor na saúde de seus usuários também sob  formas diferentes e conhecidas, como o rapé, o charuto e o cigarro, este último como praga dos nossos dias. Antigamente, e bota antigamente nisso, era comum vê-se pessoas, principalmente homens, portando nos bolsos de suas vestes o corrimboque, depositário do rapé. Trata-se do tabaco reduzido a um fino pó que era aspirado pelas narinas do viciado. Imagine-se o aspecto das vestes e mãos dessas pessoas com a manipulação do produto, e também a aparência dos senhores bigodudos, pois o rapé não aspirado escorria pelos bigodes e roupas dos usuários. O corrimboque era um utensílio geralmente feito de chifre e com os seus formatos trabalhados artisticamente e até certo ponto  denunciava status. O charuto, de uso muito restrito atualmente,  durante muito tempo foi sinônimo de status. O ritual do seu acendimento requer técnica e até alguns apetrechos. Por fim, aparece o cachimbo, também objeto utilizado pelos amantes do tabaco. Diferentemente do rapé e do charuto, o cachimbo sempre foi muito utilizado pelos usuários do tabaco de todas as classes sociais e com formatos dos mais simples aos mais sofisticados e até artisticamente produzidos com os mais variados materiais. Em muitos casos foi utilizado como referência de status. Atualmente é utilizado para manutenção do vício mortal da droga do século, o crac. Podemos afirmar que hoje o corrimboque e o cachimbo, em relação ao tabaco, caíram em desuso, com a predominância do cigarro. O vício continua, a forma de uso da droga é que mudou.

terça-feira, 7 de abril de 2015

CATÓLICO OU DEVOTO ?

Estamos inseridos numa sociedade que, em matéria de religião, está caminhando para o indiferentismo. Ocorre um individualismo pernicioso que faz com que as pessoas tenham dificuldade em se definir e por isso as suas vidas não têm a marca da sua identidade, principalmente a relacionada com a religião que dizem professar. O comportamento social não corresponde à realidade vivida por quem pratica uma religião. A integridade moral dita ou declarada não  é  justificada com a pratica de vida. Um termômetro dessa constatação é o percentual de pessoas declaradas católicas e a frequência dos fieis nas paróquias. Acredito que se fosse dobrado o número de paróquias, o atendimento ao povo seria mais efetivo. Paróquias com territórios extensos dificultam a atuação dos seus administradores. Ser católico não é fácil; e não é mesmo. Dizer-se católico e não participar de nenhuma das pastorais da paróquia em que vive e não viver os ensinamentos da igreja é pura  negação , ou seja, é pura desautorização daquilo que se afirma professar. Certa vez uma pessoa me fez a seguinte pergunta: Você é católico ou devoto? Na ocasião achei a pergunta um tanto sem sentido. Entretanto, ao meditá-la de forma mais sossegada, cheguei à conclusão de que a pergunta é justificável. O que ocorre é que entre nós católicos praticantes e declarados há praticas individualistas arraigadas e tidas como tradicionais que são assumidas em detrimento do verdadeiro espírito religioso das pessoas. Aí é que a pergunta que me foi feita, citada anteriormente, tem sentido. Católico é aquela pessoa que vive os ensinamentos da igreja e que participa direta ou indiretamente dos movimentos e pastorais existentes na paróquia em que vive. Pessoas cujo modo de vida corresponde à vivência religiosa. Do contrario, são os devotos caracterizados na segunda parte da pergunta. Entre nós temos os católicos que só acertam com a porta da igreja quando vão a casamentos, batizados, missas de sétimo dia, festas dos seus santos preferidos e tantas outras praticas. Isso e ruim? Não. Só que essas pessoas imaginam uma religião ao seu modo e, praticar religião é muito mais do que  essas atitudes. Ser católico é viver os mandamentos, reduzidos a dois pelo próprio Jesus: Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo. E isso é concretizado na prática religiosa e no viver de cada dia. O católico deve ser exemplo na comunidade em que vive. E, com o seu exemplo, atrair outras pessoas para a prática religiosa, pois o exemplo arrasta enquanto que a palavra voa. Se assim não for, afirmar-se católico não vale.

Feliz páscoa 2015