sábado, 25 de abril de 2015

A REZA DO TERÇO

O espírito religioso das pessoas em geral faz com que cada um, à sua maneira, tenha seus hábitos de devoção. O terço do rosário de Nossa Senhora é uma dessas opções e mais difundida entre os católicos, principalmente entre nós brasileiros. Não é sem razão que o maior santuário do mundo dedicado à mãe de Jesus esteja no Brasil, em Aparecida, no Estado de São Paulo. Nesta primeira década do século em que vivemos a reza do terço tem tido um incremento de grande projeção.  Isto é notado principalmente a partir da iniciativa do Terço dos Homens que tem crescido de forma admirável. A partir dessa iniciativa temos hoje, terço das mulheres; terço das crianças e certamente surgirão outras formas de recitação desta reza  memorável. Não acho felizes, embora não  condene, os formatos que se criam na tentativa de reduzir o tempo da recitação do terço, a exemplo do terço da misericórdia. Corremos o risco de sei lá quando, alguém passe a rezar o terço da seguinte forma: reza-se a primeira Ave Maria e em seguida repete-se, Ave Maria, Santa Maria; Ave Maria, Santa  Maria . . . . e lá se vai. Não é uma visão pessimista, mas realista. Basta saber que já se benze a água pela televisão, através de uma gravação de novenas, o que além de ser uma atitude comodista,  é de eficácia duvidosa e manipula a boa fé das pessoas. Voltando ao terço, acho muito estranho o fato do terço objeto conter, antes do primeiro mistério, quatro contas equivalentes a um “Pai Nosso” e três “Ave Maria” que correspondem pela ordem, a primeira à  “ Filha de Deus Pai”; a segunda à “Mãe do filho de Deus” e a terceira à “Esposa do Espírito Santo”, e que na prática da reza se tenha abandonado tacitamente com a conivência da Igreja a utilização das quatro contas mencionadas. Se assim deve ser que se retire do terço objeto aquelas quatro contas que passaram a ser um penduricalho necessário à beleza do objeto de devoção. Seria ótimo que alguém, com autoridade,   explicasse e justificasse a reza do terço com a omissão da parte referente à Santíssima Trindade, representada pelas contas omitidas. Taí um dos males da TV no âmbito religioso; tudo tem que ser cronometrado, mesmo em detrimento de tradições religiosas seculares.

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