Estamos inseridos numa sociedade que, em matéria de religião, está caminhando para o indiferentismo. Ocorre um individualismo pernicioso que faz com que as pessoas tenham dificuldade em se definir e por isso as suas vidas não têm a marca da sua identidade, principalmente a relacionada com a religião que dizem professar. O comportamento social não corresponde à realidade vivida por quem pratica uma religião. A integridade moral dita ou declarada não é justificada com a pratica de vida. Um termômetro dessa constatação é o percentual de pessoas declaradas católicas e a frequência dos fieis nas paróquias. Acredito que se fosse dobrado o número de paróquias, o atendimento ao povo seria mais efetivo. Paróquias com territórios extensos dificultam a atuação dos seus administradores. Ser católico não é fácil; e não é mesmo. Dizer-se católico e não participar de nenhuma das pastorais da paróquia em que vive e não viver os ensinamentos da igreja é pura negação , ou seja, é pura desautorização daquilo que se afirma professar. Certa vez uma pessoa me fez a seguinte pergunta: Você é católico ou devoto? Na ocasião achei a pergunta um tanto sem sentido. Entretanto, ao meditá-la de forma mais sossegada, cheguei à conclusão de que a pergunta é justificável. O que ocorre é que entre nós católicos praticantes e declarados há praticas individualistas arraigadas e tidas como tradicionais que são assumidas em detrimento do verdadeiro espírito religioso das pessoas. Aí é que a pergunta que me foi feita, citada anteriormente, tem sentido. Católico é aquela pessoa que vive os ensinamentos da igreja e que participa direta ou indiretamente dos movimentos e pastorais existentes na paróquia em que vive. Pessoas cujo modo de vida corresponde à vivência religiosa. Do contrario, são os devotos caracterizados na segunda parte da pergunta. Entre nós temos os católicos que só acertam com a porta da igreja quando vão a casamentos, batizados, missas de sétimo dia, festas dos seus santos preferidos e tantas outras praticas. Isso e ruim? Não. Só que essas pessoas imaginam uma religião ao seu modo e, praticar religião é muito mais do que essas atitudes. Ser católico é viver os mandamentos, reduzidos a dois pelo próprio Jesus: Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo. E isso é concretizado na prática religiosa e no viver de cada dia. O católico deve ser exemplo na comunidade em que vive. E, com o seu exemplo, atrair outras pessoas para a prática religiosa, pois o exemplo arrasta enquanto que a palavra voa. Se assim não for, afirmar-se católico não vale.
Feliz páscoa 2015
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