Houve sempre uma preocupação das pessoas em usar símbolos para indicar começo e fim . Um exemplo clássico é o alfa e ômega. Vamos nos deter na estrela e na cruz, mesmo porque é um simbolismo muito ligado à nossa existência. Quanto à estrela, não importa que ela seja de Davi, Dalva, do mar, Cadente, matutina ou vespertina, polar e tantas outras. Uns nascem com ela na testa, outros nem tanto. Para uns é posto, para outros é símbolo de qualidade, e por aí vai. A cruz também tem seu simbolismo; é de Cristo, de Lorena, é vermelha, é salvação, é fardo, é sofrimento. Ambas, estrela e cruz também indicam começo e fim. Quando nascemos o simbolismo é a estrela, quando morremos é a cruz. É assim nas lousas dos campos santos ou cemitérios, como queiram. Para muitos, estrela incomoda porque seu olhar é vesgo e não aceitam brilho maior do que o seu, muito embora o brilho do sol não resista ao cobertor das nuvens. Temos que aprender a olhar com o coração para enxergar a alma das pessoas. A cruz nem sempre é sinal de sofrimento, pode também marcar felicidade como na testa e no peito dos catecúmenos ou na ratificação do casamento unindo os noivos. Que cada um cuide da sua estrela sem, no entanto, ofuscar os outros e a sua cruz se tornará mais leve. Estrela e cruz, princípio e fim, disso não escaparemos, porque estes dois símbolos um dia atestarão a nossa fragilidade na sentença final rumo ao pó.
quarta-feira, 22 de outubro de 2003
quinta-feira, 18 de setembro de 2003
RAINHA DA MELHOR IDADE
No dia 4 de julho de 2003, por iniciativa da ABCMI – Associação Brasileira dos Clubes da Melhor Idade, realizou-se na AABB o concurso para eleição da Rainha da melhor idade, título conquistado pela nossa colega pensionista LÍDIA MARIA FERNANDES MELO. Participaram do concurso 6 candidatas de diversos clubes da Melhor Idade, entre eles o denominado Clube Recordar é Viver, do qual participa a nossa colega, viúva do nosso ex-colega FLÚVIO DIÓGENES DE MELO. Ela já é detentora dos títulos de Rainha da Primavera e Rainha do Clube do qual participa. Os itens principais para a escolha neste concurso são Beleza, Elegância e Simpatia. Os clubes da Melhor Idade reúnem-se a cada 15 dias na AABB, sempre numa sexta-feira. O resultado do concurso foi divulgado no caderno Vida Urbana do Diário de Pernambuco, coluna Terceira Idade, edição do dia 13 de julho de 2003. A eleição da Rainha da Melhor Idade do Brasil acontecerá no dia 27 de setembro na cidade de Bonito no Estado do Mato Grosso do Sul. Lá estará concorrendo por Pernambuco a nossa Colega Lídia Maria. A ANAB e seus associados congratulam-se com a nossa Rainha da Melhor Idade torcendo para que o cetro nacional lhe seja concedido
sexta-feira, 13 de junho de 2003
ESPERANÇA RENOVADA
Agora, depois de 7 anos de angústia, desassossego e quase desânimo, o nosso grupo tem a sua esperança renovada com a recente decisão judicial em nosso favor sobre a definição do sucessor do extinto Banorte. No Egito bíblico foram 7 anos de fartura e depois 7 anos de fome. Torçamos para que, ao contrário, tenhamos 7 anos de fartura depois dos sete anos de quase desesperança e que o futuro da nossa Fundação se consolide para o bem-estar de todos nós. Que este alento também sirva de lição e nos dê forças para que junto com a diretoria da nossa Associação possamos lutar por tudo aquilo que nos diz respeito em quaisquer instâncias e em quaisquer situações para não sermos surpreendidos com fatos e providências que possam nos prejudicar. Não adianta ganhar a batalha e perder a guerra. Temos que colocar o guizo no pescoço do gato, não importa onde ele esteja e quem seja, uma vez que se trata da sobrevivência nossa e de nossas famílias. Cada um, aposentado ou pensionista, tem que dar a sua contribuição para o êxito de todas as providências que tivermos de tomar em defesa dos nossos direitos, agora, mais do que nunca. E o mínimo que se pode esperar do grupo é que cada um se mantenha antenado sobre os acontecimentos que nos afetam. E, ao menor indício de ameaça, a mobilização deverá ser geral, rápida e determinada. Não há mais tempo para se esperar o que há de vir. Não se trata de convite mas de convocação. Filiar-se à ANAB, a essa altura dos acontecimentos não é mais uma opção, é uma obrigação. Lembrem-se, uma vara pode ser quebrada facilmente, mas um feixe não, por causa da resistência que é oferecida pelo conjunto. A força da representatividade da nossa Associação será tanto maior quanto maior for o número de associados. Reflitam sobre isso e verão que não é assunto para ser menosprezado.
terça-feira, 22 de abril de 2003
GANGORRA
Que é triste é. Sete anos de espera. Ainda bem que overdose de paciência e esperança ao invés de matar, na maioria dos casos, faz as pessoas acreditarem num final feliz. Que bom ! Nesses 7 anos de intervenção (também chamada de administração especial), foram tantos os interventores que se pode até fazer estatística sobre o assunto. Vejam só ! A cada 17 meses e 15 dias tivemos um novo interventor. Verdade ! Só não dá para fazer é estatística das realizações positivas. Negativas, bem que daria. Claro que não vamos fazê-la; apesar dos pesares, não somos masoquistas. O que lamentamos é essa gangorra política a que somos expostos. Sai ministro, sai secretário, sai interventor; sai ministro, ... entra presidente, entra ministro, entra secretário, entra interventor: sai ministro ... Você quer dizer o que pensa disso tudo, diga, não precisa escrever, todo mundo já sabe. Precisamos ficar unidos e vigilantes diante dos acontecimentos para agirmos na hora certa e com as armas certas. Nessa horas, união, serenidade e sabedoria é o que conta. E, já que estamos no sétimo ano de empura-empurra dos nossos problemas, vamos relacionar o fato ao número sete na Bíblia. No capítulo 41 do Gênesis é narrada a história de José do Egito. Lá, primeiramente, são sete anos de fartura e depois sete anos de fome. Conosco está acontecendo o contrário; sete anos de vacas magras na esperança de sete anos de vacas gordas. Vamos torcer para que a partir deste ano comece a acontecer o nosso período de vacas gordas. O que não se pode esperar é que vacas magras e gordas vão pro brejo, levando-nos de roldão. Certo que não temos um José do Egito, e que também não temos um Faraó, ou temos ! ?
segunda-feira, 10 de março de 2003
ERMITÃO URBANO
É comum no universo de aposentados e pensionistas a prática pouco salutar do viver sozinho, isolado, sem convívio social, sem uma relação interpessoal. Uns por opção, outros forçados pelas circunstâncias; doença, temperamento anti-social (misantropia), por dificuldades financeiras, ou até por razões outras que não nos cabe analisar aqui. Basta a pecha de terceira idade ! Neste estágio da vida deve-se procurar fazer exercícios físicos e ter atividade mental. Do contrário, a vida que se levou e a que se leva passa a não ter sentido. Entregar-se ao ócio é péssimo para o corpo e o espírito.
Uma das coisas salutares para combater os males do sedentarismo e desse isola-mento é o vínculo associativo. É através dele que se põe em prática uma sociabili-dade que existe dentro de cada um de nós e que faz com que não sejamos ermitões urbanos. Ninguém está obrigado a ser amigo de ninguém, amizade é uma opção, mas temos que aceitar o outro como ele é, assim como ele nos aceita da maneira que somos. Trata-se de uma prática de vida cristã que não aceita discriminações quaisquer que sejam os fundamentos desse comportamento.
As associações de classe existem não apenas para defesa de direitos dos seus as-sociados mas também como elo para o aglutinamento das diversas gamas de per-sonalidades. Dizer que não gosta do ambiente da entidade é o mesmo que renegar aquela convivência dos tempos de profissionais que viviam lado a lado nas lides diárias. Não adianta chutar o pau da barraca se você está dentro dela, porque tudo cairá sobre a sua cabeça.
Reviver situações vividas em ambiente de trabalho, trocar figurinhas, como se diz, faz bem a todos. No caso da ANAB, temos o nosso encontro mensal, onde cada um aproveita a ocasião para confraternizar, passar algumas horas desligado de pro-blemas comuns a todos nós ou até mesmo tomar conhecimento do que se passa com a nossa Fundação. A nossa associação dispõe, também, de uma sede espa-çosa, com telefone, fax e acesso à Internet, onde os associados podem se encontrar para resolver negócios particulares ou bater um papo com colegas.
As rotinas do dia a dia, mesmo as daqueles que não têm atividades profissionais, concorrem para uma má qualidade de vida e precisam, de vez em quando, ser que-bradas com momentos de descontração e lazer. É isto o que cada um deve procu-rar, no meio onde vive ou nos encontros da nossa associação. Algumas doses de whisky, umas boas piadas, conversas de compadres e comadres, comentários so-bre apelidos e situações vividas no trabalho, abraços e tapinhas nas costas são ingredientes de qualquer encontro de ex-colegas de trabalho. Com certeza, tudo isso é bom e faz muito bem.
terça-feira, 18 de fevereiro de 2003
SACO SEM FUNDO
Virou moda, ultimamente, a promoção de passeatas, caminhadas e outros eventos, pela paz. Só que há um equívoco no móvel destas iniciativas. A opinião pública confunde conseqüência com causa. Melhor dizendo, quer eliminar a conseqüência (pobreza, miséria, violência) sem combater a única causa, a injustiça. Outro equívoco é associar a consecução da paz à eliminação da violência. Esquecem-se simplesmente da justiça. E não se trata aqui de justiça relacionada ao judiciário. O clamor pela paz deve ser associado ao pedido por justiça social. A paz é uma conseqüência do reinado da justiça. E, neste contexto, justiça é a ação distributiva do Estado, concorrendo para corrigir as desigualdades sociais. A paz é fruto da justiça. Em havendo justiça social a paz estará garantida. A partir do momento em que isto seja entendido pela sociedade e pelo poder público a paz reinará entre nós. A primazia do grito, portanto, não deve ser pela paz e sim pelo banimento da injustiça social; a paz virá em conseqüência, sem grito, sem passeatas. A dificuldade, portanto, está no reinado da justiça. A concentração de renda, de riquezas, gera pobreza, miséria e numa grandeza muito maior do que a do acúmulo. Há um pensamento atribuído a Santo Antônio que diz o seguinte: riqueza é como estrume, acumulado cheira mal; espalhado gera vida. A segunda parte desta formula resolveria o problema, com certeza. Outra abordagem é sobre a tal campanha de “ fome zero “. Vejam só o quanto de oportunismo há nessa campanha. Encher a barriga dos pobres (entenda-se miseráveis) é muitíssimo mais fácil do que promover ações na direção do saneamento básico e saúde. Tá na cara, como se diz popularmente. Saneamento e saúde só se resolve com muito dinheiro e tempo e tem um ingrediente negativo para os políticos, é obra que se enterra, fica no subsolo, não recebe placa comemorativa, diferentemente de pontes, viadutos e distribuição de comida e outros subsídios eleitoreiros. Numa entrevista recente o bispo de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, D. Mauro Morelli, falou que não adianta encher o estômago e continuar bebendo água contaminada. E, também, acrescento, estar de estômago cheio, cheirando a trampa que escorre a céu aberto ao lado do barraco, também não combina. Só que a melhor urna eleitoral não é a eletrônica, é o estômago. O temor é que a partir do “ fome zero “ forme-se neste país uma geração que vai se pautar pelo receber sem dar nada em troca. Ou melhor, direito sem deveres. É, sem dúvida, o assistencialismo século 21. Esta nova bandeira é igual à do combate à seca; quanto pior para o povo, melhor para os políticos que sempre vão ter o que prometer. Em termos de dinheiro do contribuinte, isso se chama saco sem fundo. E estômago, todos sabem, a cada 6 horas, fica vazio. Que Deus me perdoe, mas isto me traz à lembrança Miguel de Cervantes, aquele que escreveu o “Dom Quixote de la Mancha “ o Cavaleiro da Triste Figura. Francamente, não é isso que desejo, e é o que peço a Deus não aconteça.
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2003
CHARQUE, BACALHAU E TAMANCO
Lá pelas décadas de 40 e 50 do século passado, quando ainda se amarrava cachorro com lingüiça e o único lazer permitido era ouvir o rádio de válvulas e ir ao cinema do bairro, a vida era dureza e pobre mesmo morava em mocambo de chão batido. Pelo menos aqui em Recife era assim.
Naquela época, em uma obra ou até mesmo naqueles antiquadíssimos escritórios, se alguém comentasse que para o almoço na sua casa naquele dia só havia feijão com um pedaço de charque ou bacalhau, a conclusão que se tirava é que aquele indivíduo estava à beira da miséria. Naquela época, também, mandar os filhos para o grupo escolar calçado de tamanco de madeira era um constrangimento e significava a mesma coisa.
Vejam só como as coisas mudam ! Charque, bacalhau e tamanco hoje são artigos consumidos pela classe média, e olhe lá ! É isso aí, os tempos são outros, e a conclusão mais evidente é que o pobre virou miserável e/ou indigente, a classe média finge que vai bem pendurada nos cartões de crédito e no cheque especial consumindo sem saber se poderá pagar as contas no fim do mês. O charque, o bacalhau e o tamanco que naquela época eram expostos nas portas das bodegas estão hoje nas prateleiras reluzentes dos supermercados, enquanto que os mocambos se aglomeraram formando favelas e as casas foram transformadas em apartamentos de conjuntos residenciais onde a sociabilidade é posta à prova a cada dia. O bonde virou metrô e ônibus, e o trem virou sucata. Anda-se de carro, é verdade, comprado a perder de vista e combustível sempre na reserva, por razões óbvias.
O dia em que os pobres do Brasil vão tomar o café da manhã, almoçar e jantar pode ser comparado com aquela batalha que o cavaleiro da triste figura travou com um rebanho de carneiros julgando ser um exército inimigo. Não é que o mundo dos sem barba não acredite nos barbudos, mas é que é muito milagre prometido para um santo só realizar em tão pouco tempo, apesar da instantaneidade característica dos milagres. O melhor juiz para tudo isso é o tempo.
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